Posições de poder

O que o nosso corpo comunica face aos nossos estados de poder e de confiança.

A nossa forma de comunicar é influenciada quer pelo contexto onde nos inserimos, quer pela nossa relação de poder face ao que comunicamos. Este dois pontos, talvez os mais relevantes na comunicação, tornam-se centrais na forma como nos expressamos e consequentemente como somos percepcionados.
Vários estudos têm-nos revelado a importância destes dois mecanismos centrais da comunicação, destacando que se estamos numa situação de poder, o nosso foco é o ganho e naquilo que podemos ganhar e somo mais tolerantes ao risco.
John Coates, neurocientista da Universidade de Cambridge, nos seus estudos sobre posições de poder, revela-nos a relação com certas reações hormonais, das quais destacamos o papel da testosterona, que produz o aumento da manifestação de agressividade ou impulsividade. Além disso, mais que a agressão, a testosterona é fortemente relacionada com o comportamento dominante e competitividade. O excesso de testosterona pode levar a reações mais agressivas ou violentas do que se desejava, também pode gerar um exagero de autoconfiança e otimismo e dificuldades para ver as coisas como são na realidade. Ganhos em série podem aumentar a quantidade de testosterona no corpo, levando ao aumento da autoconfiança e ganhos superiores ao esperado, este comportamento pode levar a uma euforia que é prejudicial na avaliação do risco.
Em contraponto, se estamos numa situação de inferioridade, o nosso foco é na perda e consequentemente o nosso pensamento vai na direção “se isto corre mal o que tenho a perder”, nesta posição somos menos tolerantes ao risco.
O mesmo autor, destaca que altos níveis de cortisol podem gerar sensação de impotência, baixa autoestima, irritação, sensação de “dar uma branca”, falta de senso de humor, cansaço sem ter realizado esforço, entre outros. O Cortisol foi muito importante para a nossa sobrevivência ao longo da evolução humana, porque nos mantém em alerta para os perigos. No entanto, a vida atual gera um excesso de cortisol que pode causar transtornos como stresse, ansiedade, depressão, e realça que perante uma situação de risco continuo e elevado stress, pode levar-nos a criar uma aversão douradora ao risco.
Estes dois estados estão relacionados ao nosso comportamento, determinam os movimentos corporais, os nossos pensamentos e as nossas emoções e têm repercussões reais uns nos outros.