Acto Falho [Sigmund Freud] – Erros de comunicação.
No nosso quotidiano cometemos inúmeros erros de fala, contudo, na sua maioria são inócuos. Os mais complicados são filtrados pelo nosso cérebro. Temos, como que um mecanismo de alerta, que pré avalia o que vamos dizer e que ajusta o conteúdo para a afirmação correta sempre que nos é possível, sempre que vai a tempo de o fazer.
Este processo fica comprometido perante situações como o cansaço, maiores níveis de stress, ansiedade, alterações do estado emocional, entre outras.
Todos nos lembramos de Valentim Loureiro em plena campanha apelar “… vamos todos gritar Guterres, Guterres…”, ou num outro cenário, quando José Sócrates na entrevista a José Alberto Carvalho refere “…Não tenho memória nenhuma que numa escu… que numa conversa com o Carlos…” corrigindo o termo “Escuta” por “Conversa”, por esta palavra para ele ser mais conflituante por tudo o que tem associado. O cérebro ainda que dando nota, nem sempre consegue evitar o início da palavra, permitindo uma correção ainda que tardia.
Segundo Freud, estas falhas, são produzidas por um conflito entre a intenção consciente e os desejos inconscientes do individuo. A nossa mentes consciente tenta suprir certos desejos, contudo, estes revelam-se através da fala.
Reforçar ainda que são ações que diferem do significado que a intenção consciente do indivíduo deseja atribuir. São considerados manifestações do inconsciente, que se expressam através de erros involuntários.
Um exemplo claro disto é proferir o nome de uma pessoa que não queremos, quando na realidade a pretendemos bloquear.
No caso deste lapso de Nuno Melo, certamente estará o desejo ou pensamento que não reconhece ou não admite conscientemente uma maioria absoluta ao seu opositor nestas legislativas.