Resumo da análise de hoje na SIC Noticias sobre o debate final legislativas 2024 – Pedro Nuno Santos x Luis Montenegro

Resumo da análise de hoje na SIC Noticias sobre o debate final legislativas 2024 – Pedro Nuno Santos x Luis Montenegro

Contexto – Pedro Nuno Santos aparece nestas eleições numa posição de maior escortino face ao seu opositor, num papel mais fragilizado em relação ao poder, fato que o poderia colocar numa posição de maior defesa e mais fragilizado. É mais fácil ser um “challenger” do que ser avaliado. O contexto é um forte preditor da forma como nos comportamos e consequentemente como comunicamos.

Framing – O Framing escolhido pelos intervenientes para este debate também foi diferente. Luis Montenegro retrocedeu face ao passado recente, retomou uma comunicação mais centrada nos aspetos negativos do seu opositor do que evidenciando os aspetos positivos e pontos fortes da sua campanha. Pedro Nuno Santos escolheu uma comunicação assente nos seus slogans de “fazer” de “ação”. A espaços também teceu críticas ao seu opositor, contudo a sua comunicação neste âmbito foi mais direcionada e mais centralizada no seu programa. Os debates com comunicação pela positiva são sempre mais enriquecedores, mais esclarecedores e mais uteis ao eleitorado.

Luis Montenegro
Características gerais – Comunicação mais fechada que a evidenciada desde o início deste ciclo de debates. Um revés face ao que vinha caracterizando a sua comunicação, mais aberta e de maior ligação. Perdeu com a recuperação do registo mais assente na critica.

Face – Mais contido no início do debate, com expressão facial mais neutra, deixando para trás uma expressividade positiva usada nos últimos debates, onde conseguia uma maior ligação e ressonância emocional com os eleitores.

Mãos – Inicio de debate com dedos entrelaçados, mãos mais juntas e puxadas ao corpo, dando indicação de maior recato, talvez alguma apreensão. Nos momentos iniciais usou uma caneta que ajudou a balizar os movimentos das mãos e dos braços. As mãos foram por norma um auxílio à sua comunicação dando enfase e destaque aos principais pontos. Poderia a espaços ter algum controlo para que os seu movimentos não fossem demasiado expansivos

Contacto ocular – Manteve contacto ocular regular, tem momentos que se refere a Pedro Nuno Santos, mas estabelece com este vínculo apenas com movimentos dos braços e mãos. O contacto ocular é um comportamento fundamental para revelar a assertividade da comunicação e da vinculação ao que está a ser dito. Tendencialmente nos momentos de maior confronto, se não formos devidamente “fortes” teremos tendência a desfocar do opositor.

Corpo – Mais “inquieto” corporalmente, denota alguma ansiedade e falta de controlo emocional. Por vezes projeta o corpo para a frente dando sinal de necessidade de confronto, validando o que verbalmente vai comunicando.

Aspetos negativos – Não deu resposta sobre o cenário de uma possível vitória do PS e julgo que isso deixa em aberto uma questão primordial para o eleitorado. Trouxe à tona o tema da desautorização a António Costa e novamente um mau momento com a referência a José Sócrates… Uma comunicação mais ríspida quando era mais confrontado e mais desafiado, deveria ter um maior controlo.

Melhores momentos – Foram precisos 40 minutos de debate para esboçar um primeiro sorriso, uma característica comum nos anteriores debates e que o beneficia, evidencia controlo emocional. Recorreu a gráficos para vincular a informação, uma técnica muito utilizada por André Ventura… mas que pode ajudar na comunicação. Na parte final do debate mostrou uma comunicação mais fluida, mais assertiva, provavelmente os temas em apreço seriam mais a seu favor, recuperou da fraca dinâmica inicial.

Momento final – Inicia o minuto final de mãos e dedos entrelaçados… passa metade do tempo que tinha sido atribuído com uma narrativa centrada nos erros e situações negativas do PS para finalizar com os aspetos positivos do seu programa. Faltou um apelo mais direto e mais centrado no seu programa.

Pedro Nuno Santos
Características gerais – Mais solto e mais seguro. Recuperou a dinâmica e o posicionamento que o caracteriza. Vimos um Pedro Nuno Santos mais próximo dos tempos de governo.
A voz continua a ser o seu handicap. Soube iniciar bem o debate e acho que isto foi o mote para estar mais seguro, talvez o seu o melhor debate. Não sei se a escolha do lugar em “palco” é aleatória ou sorteada, mas coube-lhe o melhor lugar.

Face – Expressividade quanto baste, o bom início de debate contribuiu para uma melhor gestão emocional e isso reflete-se na face. Por norma não sorri. O momento de maior destaque quando Montenegro se referiu a José Sócrates. Aqui pudemos verificar expressões faciais de aversão e de raiva sobre a menção feita.

Mãos – Pautou bem a comunicação desde o início. Foi dando expressividade à comunicação. Alguns movimentos mais “usados” como apontar dedo em riste a Luis Montenegro [caso dos açores], o que pode funcionar negativamente. A espaços exemplificava com as mãos as dinâmicas verbais, com ilustradores como a numeração ou dimensões do que comunicava.

Contacto ocular – À semelhança de Luis Montenegro, esteve bem neste capítulo, na maioria das vezes estabeleceu um bom contacto ocular, usou bem as dinâmicas. Teve um momento de destaque quando falou direto para as câmaras para abordar o tema das pensões.

Corpo – Momentos com corpo assente de forma assimetria a dar indicação de segurança – quando somos confrontados temos tendência a reagir com o corpo e a espaços Pedro Nuno Santos conseguiu alguns momentos de relaxamento e tranquilidade.

Aspetos negativos – Um padrão base que deveria corrigir é a expressão “peço desculpa”, no decorrer do debate, usou o “peço desculpa” para logo de seguida corrigir, com “não peço nada desculpa, quero é dizer…”. Nos momentos de maior domínio de Luis Montenegro, exibiu alguma inquietação, interrompendo de forma mais veemente, dizendo sistematicamente que as afirmações não eram verdadeiras, a pedir seriedade a seu opositor, comportamento que pode escalar para outros confrontos.

Melhores momentos – Houve momentos em que se virou diretamente para Luis Montenegro a dar ênfase ao que está a comunicar, demonstrando assertividade e confiança. Corrige Luis Montenegro sobre números que este apresentava dando segurança à sua posição. Aceitação de que o SNS não está bem e que tem de haver intervenção – fica bem assumir os erros.

Momento final – Centrou o seu último minutos na democracia e nos aspetos positivos para o futuro, alinhou o discurso de que é necessário fazer mais e com ação. Não gastou uma palavra a criticar o PSD. Narrativa muito acelerada a denotar alguma insegurança e má gestão do tempo – Um contexto onde por vezes menos é mais!

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