Resistência à mudança – Contexto eleitoral.
Feitas as nossas escolhas, a resistência à mudança tem sido um tema largamente estudado, por que resistimos e quais os principais fatores que contribuem para essa resistência.
A força do hábito – Não gostamos de mudanças e por vezes preferimos um presente medíocre do que um futuro incerto. Por norma temos um sentimento de pertença muito vincado, não mudamos só por mudar. Tem de existir algo diferenciador e revelador para que a mudança ocorra e para que nos sintamos confortáveis com essa mudança. Tendemos a defender as nossas escolhas e dificilmente aceitamos que essas escolhas foram um erro. As mudanças podem ser encaradas como uma traição aos nossos valores e às nossas crenças, o que psicologicamente pode ter um peso demasiado grande para ser realizado. Neste ponto em concreto, a AD surge como uma nova alternativa, uma nova entidade e este ponto pode facilitar uma movimentação que certamente seria ais difícil de ocorrer se a mudança fosse para um partido existente e que certamente foi criticado aquando da nossa anterior escolha.
O chamado “efeito grupo” – As pessoas na sua maioria sentem-se mais confortáveis quando agem em grupo. Se no seu meio, no seu ambiente as referências forem ao encontro das suas anteriores escolhas, torna-se mais difícil ser disruptivo. Mesmo vendo que podemos estar errados, tendemos a manter a escolha. Pode estar facilitada com o surgimento de uma nova entidade.
Fator relacionado à confiança excessiva – Por norma basta esboçarmos um plano para acreditarmos que ele correrá na perfeição e que será a solução para os nossos problemas. Quando o nosso foco são estes paradigmas, a informação externa, que não valide a nossa perceção, é de difícil incorporação. Incorporamos mais facilmente informação de quem nos produz uma melhor ressonância emocional.
Efeito confirmação – Neste seguimento, só estamos “disponíveis” para incorporar informação que valide o nosso pensamento, as nossas convicções e as crenças existentes. Estamos pouco disponíveis para alterar a nossa forma de processar informação. Podemos fazer inferências com base em novos conceitos, contudo, durante o nosso processo de raciocínio, os vieses cognitivos encarregam-se de “controlar a informação” de modo a validarmos apenas uma razão previamente estabelecida, não incorporando nada de novo.
Framing Effect – É um fenómeno psicológico que demonstra a forma como a informação é apresentada e como pode influenciar a nossa decisão. Neste contexto, as nossas escolhas podem ter um impacto significativo na forma como a comunicação nos é apresentada, enquadramento positivo vs. negativo; perdas vs. ganhos; etc. Temos ao longo da história assistido a modelos de comunicação que se centram muito na critica ao opositor e pouco nos aspetos positivos das propostas que apresentam, e este fator também pode ser determinante nas futura escolha.
Em conjunto, estes fatores podem ser determinantes nas nossas escolhas.